Faltam trinta dias para arrancar o Campeonato do Mundo de Futebol e o debate sobre boicotar o torneio ou não - e se sim, de que forma - faz cada vez mais sentido. O que devemos ou podemos fazer?
Em teoria, devíamos todos boicotar o mundial do qatar. Mas em teoria também deveríamos ter boicotado muitos outros mundiais, europeus e jogos olímpicos organizados em regimes ditatoriais e sobre o sangue de muitas vítimas. Mas em teoria também não deveríamos vestir 90% da roupa que vestimos nem calçar 90% das sapatilhas que calçamos, porque se materializam à custa de trabalho precário ou até mesmo escravo e/ou infantil. A lista poderia prosseguir. O ser humano é imperfeito e conseguimo-nos abstrair dos horrores associados às nossas rotinas e gostos. Também sou culpado. Somos todos. Voltando à bola, sempre gostei da magia dos europeus e mundiais. Que associo a dias de Verão. À expectativa de um jogo como poucas vezes tive numa partida do campeonato nacional, mesmo daquelas que garantem títulos às minhas cores. Mas por que será que me invade então este desânimo e quase desinteresse pelo mundial do qatar? É mesmo a desfaçatez do vale tudo. De ver que já nem é preciso disfarçar para vender um mundial a um país sem a mínima tradição futebolística, com regras sociais abjetas e num calendário tão contra natura. Verei jogos? Claro. Vou festejar se houver motivo? Claro. Sou humano... Mas, no fim das contas, vai ficar sempre aquela sensação de que não, não é este o mundial que eu gosto. Não é este o futebol que eu gosto. E queria voltar a ser criança para conseguir ver só a bola a rolar. Sem mais. Quem disse que é bom ser adulto?
Em teoria, devíamos todos boicotar o mundial do qatar. Mas em teoria também deveríamos ter boicotado muitos outros mundiais, europeus e jogos olímpicos organizados em regimes ditatoriais e sobre o sangue de muitas vítimas. Mas em teoria também não deveríamos vestir 90% da roupa que vestimos nem calçar 90% das sapatilhas que calçamos, porque se materializam à custa de trabalho precário ou até mesmo escravo e/ou infantil. A lista poderia prosseguir. O ser humano é imperfeito e conseguimo-nos abstrair dos horrores associados às nossas rotinas e gostos. Também sou culpado. Somos todos. Voltando à bola, sempre gostei da magia dos europeus e mundiais. Que associo a dias de Verão. À expectativa de um jogo como poucas vezes tive numa partida do campeonato nacional, mesmo daquelas que garantem títulos às minhas cores. Mas por que será que me invade então este desânimo e quase desinteresse pelo mundial do qatar? É mesmo a desfaçatez do vale tudo. De ver que já nem é preciso disfarçar para vender um mundial a um país sem a mínima tradição futebolística, com regras sociais abjetas e num calendário tão contra natura. Verei jogos? Claro. Vou festejar se houver motivo? Claro. Sou humano... Mas, no fim das contas, vai ficar sempre aquela sensação de que não, não é este o mundial que eu gosto. Não é este o futebol que eu gosto. E queria voltar a ser criança para conseguir ver só a bola a rolar. Sem mais. Quem disse que é bom ser adulto?